terça-feira, 24 de novembro de 2009

Do auge à decadência!

Por Janaína Pimentel, Karlla Gelabert, Natasha Costa e Rafaela Alves

Janaína Pimentel
Um jornal fundado na década de 30, marcado por inúmeras matérias que deixaram o Jornal dos Sports como símbolo de uma era e referência para todos os outros meios de comunicação. Assim é a associação feita às lembranças do JS. Contudo, o que se tem hoje são apenas vestígios do que um dia foi um dos melhores jornais esportivos do país.

Após 78 anos de existência, o Jornal dos Sports se encontra em um momento difícil. Poucos funcionários e uma pequena redação que funciona no terceiro andar de um prédio no centro do Rio de Janeiro, traz à tona a verdadeira história do que é o JS hoje.

Atualmente divide espaço com o restaurante Mr. Ôpi, e a boate Nuth. No terceiro andar do prédio localizado na rua da Quitanda, o jornal funciona com alguns poucos estagiários e colunistas que, segundo o editor geral do Jornal, Marco Larosa, não interfere no desenvolvimento do grupo. "Não precisamos de muito espaço para fazer uma matéria, poucos são os meios de comunicação que se preocupam com o tamanho de sua redação. Hoje, tudo é relacionado à Internet, onde temos os jornalistas que estão sempre atualizando o site, a cada momento. Até porque, o fim do impresso é algo totalmente previsível e próximo.", relatou Larosa.

Contudo, além da decadência, atualmente o JS também enfrenta uma grande disputa . O Lance! e, também, o Campeão, além de tantos outros, dividem os consumidores e pioram a situação de um jornal que, um dia, já foi mais vendido. Entretanto, ao conversarmos com Marco, ele explica o por quê dessas grandes empresas interferirem no melhor desenvolvimento do JS e também fala um pouco sobre a história do jornal e tantos outros assuntos que interferem no cotidiano jornalístico.

Janaína Pimentel
Larosa enumera as vantagens dos jornais on-line




Grupo FACHA: Quando foi o auge do Jornal dos Sports no mercado impresso? E por quê?

Marco Larosa: O auge do Jornal dos Sports foi na década de 60/70. Isso remete ao fato de que o JS era o único jornal no seguimento dos esportes naquela época. Não havia muitas opções de escolha com relação ao esporte, e quanto a internet, as pessoas, mesmo as mais ricas, não tinham facilidade de acesso.
Então, o que resta são os jornais das bancas, e como o JS tinha uma das mais altas tiragens do mercado acabava ganhando mais atenção dos leitores.



GF: Quais são as causas para a decadência financeira do JS? E o LANCE! teve alguma participação para essa crise?


ML: Em primeiro lugar, assim como todos os negócios, o JS teve seus altos e baixos. E em segundo lugar, não foi somente por causa do LANCE que o JS entrou em crise, o que aconteceu foi que o Jornal mudou de foco.
Diferente do LANCE, por exemplo, o JS não atende só ao futebol, mas também ao vôlei, à natação, ao judô e a todas atividades que podem ser chamadas de esportes.
E, hoje, os principais jornais do mercado têm seus próprios cadernos de esportes, portanto, as opções que um leitor têm para obter informações sobre os esportes são muitas, e, foi justamente isso que fez com que o JS saísse de sua singularidade.
Portanto, mudamos de foco, saímos do impresso para investir no Portal do JS, mas não porque estaríamos falindo e sim, porque a tendência do mercado é o fim do papel, primeiro porque agride menos o meio ambiente, segundo que o capital de custo é menor, terceiro porque a agilidade da informação urgente é muito melhor, enfim, são tantas as vantagens que contam na balança que fizeram o JS seguir nesse seguimento.



GF: Por que não achamos mais o JS nas bancas do Rio?

ML: Porque a praticidade e a preferência de acesso à Internet hoje é bem maior pelos leitores do JS. Não sujam as mãos como o jornal, não têm dificuldades para folhearem as páginas e as informações chegam em tempo real.



GF: Como editor chefe, quais são suas expectativas para o jornal depois dessa crise? Pretende retomar o JS do passado?

ML: As minhas expectativas são que meus profissionais tenham competência de pegar o furo dos acontecimentos, e que dali mesmo abram seus laptops e postem uma nota no site em tempo real.
A partir disso, nunca vou dar a "bobeira" de voltar ao JS do passado, já que hoje os tempos e as tecnologias são outras. Do contrário nunca teremos as notícias em primeira mão, muito menos conquistar credibilidade no mercado e a fidelidade de nossos leitores.

Janaína Pimentel
A pequena redação improvisada do Jornal dos Sports



O Jornal dos Sports é referência para todos os outros que falam sobre o assunto, até porque, enfatiza todos os esportes de um forma geral e não prioriza o futebol, como ressalta o editor do Jornal. "Somos uma equipe que sempre falou de tudo. Se é esporte, estamos falando. Não damos mais atenção ao futebol, mesmo sendo a paixão nacional. Eu acho que as pessoas tem que ter uma noção de tudo, mesmo que seja chato às vezes, até porque, informação nunca é demais.", relatou.
Portanto, o JS ainda permanece vivo, mesmo que em um momento ruim. Não mudou seu perfil e também não virou tablóide, como tantos outros que estão em maus momentos e já aderiram ao modelo. É notório que ainda enfrenta diversidades, mas o Jornal mostra sua força e vontade de ficar no mercado. Mantém o "rosa" e ainda está assim, para mostrar que, mesmo enfrentando tantas dificuldades, ainda é o Jornal dos Sports.


Janaína Pimentel

Entrada da pequena redação do Jornal dos Sports

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