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1980 2000
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Os Amantes das Peladas
Por Martha Twice
Quando a “Pátria de Chuteiras”, de Nelson Rodrigues, deixou de ser o título de uma coletânea de crônicas e tornou-se jargão, fazendo alusão a uma época em que o Brasil se tornava conhecido no mundo através do futebol, e este proporcionava a inclusão social e traduzia o amor e inocência que esses craques tinham pelo simples fato de jogar bola, viajar e ganhar títulos, esses ingredientes ficaram para trás.
O tempo é outro, o Brasil é um País de reconhecimento internacional em vários setores da sociedade. Hoje estamos com uma cadeira quase cativa na ONU, participamos do G20 e no esporte somos o País do Futebol, do Voleibol, da Natação, e agora sediando as Olimpíadas de 2016 seremos o País de várias modalidades Olímpicas. Os craques que sonhavam simplesmente em conhecer o mundo e confirmar que o Brasil era o País do futebol arte, hoje são os milionários do futebol, empresários, e na maioria das vezes, o prazer que os move é o leilão de seus passes, que estão cotados em dólares. Somos atualmente o País do futebol cash, com arte é claro. Mas ainda existem remanescentes que guardam um amor por uma prática de jogo que de forma clássica chama-se “Pelada”, são os peladeiros do Brasil, que podem ser encontrados em todas as regiões do País, seja no interior ou nos grandes centros.
O Campeonato organizado pelo Jornal dos Sports o “Torneio de Pelada do Aterro no Flamengo” surgiu entre as décadas de cinqüenta e sessenta, idealizado pelo jornalista Mario Filho. Era uma época que jogar bola não significava cifras a mais no bolso, e sim, um momento de confraternização, o encontro de pessoas de classe sociais distintas, que compartilhavam o mesmo prazer. Aquilo era a democratização do amor por um esporte, que movimentava a imaginação e a esperança dos seus adeptos.
Para resgatar essas histórias de amor, fui ao Aterro do Flamengo descobrir alguns desses * “pés descalços” que estão jogando bola há mais de quatro décadas. Através das histórias contadas por cinco integrantes do time “Unidos do Aterro do Flamengo” – Arnaldo Pinto, Germando Gonçalves (Dida), Álvaro Eduardo, Henrique Pessanha e Gaia Barrios – vamos entender como começaram os torneios de peladas no recém construído Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, conhecido como Aterro do Flamengo, inaugurado no governo de Carlos Lacerda. Os discursos são realmente contagiantes é nítido o amor ao futebol, o respeito aos companheiros e o valor que eles dão em manter esses encontros e passar esse compromisso para filhos e netos. Os “Peladeiros de Plantão” formam verdadeiramente uma confraria.
*possível origem do termo “peladas”, pois a prática do jogo era de pés descalços, nas ruas ou campos de terra, caracterizando um esporte praticado por pessoas humildes, sem acesso a tênis ou chuteiras.
O médico Henrique Pessanha relata que os campeonatos no Aterro surgiram quando os times locais de futebol de areia começaram a se organizar e jogar nos campos recém construídos. Os campeonatos foram surgindo, entre eles, o do Jornal dos Sports, chegou a ter centenas de clubes inscritos, e lembra que o primeiro time Campeão foi o “CAPRI”, de Santa Tereza, o segundo campeão foi o “Ordem e Progresso”. No terceiro ano o campeonato teve suas regras modificadas, passou a ser dividido por categorias: veterano, adulto, juvenil, o que aumentou o número de equipes. “Os times tradicionais do Aterro foram “CAPRI”, “Ordem e Progresso”, “Milionário”,
“Xavier” e “Embalo”. Segundo Henrique, grandes jogadores marcaram presença, entre eles, Milton Santos, Zico, Dida, Zagalo. O Flamengo participava do campeonato dos veteranos.”
O veterano, Gaia Barrios, fala com orgulho que os “Peladeiros” do time “Unidos do Aterro do Flamengo”, estão desde o final da década de cinqüenta juntos. Organizados como uma instituição desportista, com uma diretoria composta de presidente, diretor de esportes e diretor financeiro. Os jogadores pagam uma mensalidade, com o objetivo de pagar roupeiro, material esportivo e organizar duas festas anuais. “É um grupo que se reúne para matar a saudade todo final de semana, para comentar o dia a dia e jogar a nossa “peladinha”.” Perguntados se os peladeiros da antiga são melhores que os de hoje, eles afirmam que não tem essa de melhores, o que os diferenciam é que a “garotada” não tem o compromisso de jogar “cedinho”, como o de costume, pois eles preferem ir para a noitada.
Os oito campos e as quadras polivalentes que existem hoje no Aterro do Flamengo, foram reformados e reinaugurados há mais de uma década, são administrados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, sob a gestão da Região Administrativa do Flamengo. Segundo o jornalista Germando Gonçalves, dos oito campos de futebol e das quadras polivalentes todos estão com defeitos, e estão abandonados desde a sua inauguração. “Eu assumo um compromisso com o senhor Eduardo Paes, em gramar todos esses campos em no máximo trinta dias”. E afirma que não faltam patrocinadores, e cita a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que investem milhões de Reais em patrocínios, e não há a preocupação em disponibilizar dois milhões para gramar os campos. “Todos os dias têm mais de quatro meninos com fraturas de pernas e braços, porque os campos estão todos esburacados. Não tem Eduardo Paes, Não tem Sérgio Cabral, não tem Lula, não tem ninguém. É uma vergonha!”
Segundo os entrevistados alguma atitude precisa ser tomada para resolver os problemas de infra-estrutura do Parque do Flamengo, por alguns motivos fundamentais: é o maior e mais belo parque urbano do Mundo, é a porta de entrada da orla Carioca, é um dos pontos turísticos mais visitados da Cidade e é uma das principais áreas de lazer do Estado, freqüentado por milhares de moradores. E afirmam o que se esperara de uma Cidade Olímpica, é que ela proporcione campos, quadras e salas de treinamentos em pleno estado de funcionamento, para que seus atletas amadores e profissionais pratiquem suas modalidades, possibilitando a formação de futuros campeões olímpicos.
Esse foi mais um final de semana de sol primaveril, nos campos de futebol dos “Peladeiros” do Aterro do Flamengo, em um Rio de Janeiro, que apesar das suas mazelas sociais, culturais e políticas, continua lindo.
Em pé esq dir Alvaro Eduardo, Ségio Dias, Luiz Eduardo,
Germando Gonçalves (Dida); Agachado esq dir Lecio Barrios, Arnaldo Pinto
Gaia (camisa preta em pé) e Dida entre peladeiros de várias gerações do Unidos do Aterro do Flamengo
Martha boa tarde,eu joguei o 1 torneio de pelada pelo Jornal dos Sports não me lembro do ano,só sei que fiz o 1 gol do torneio e o mais rápido,jogando pelo Charme do humaitá ou Botafogo meu nome é José Carlos Campos.
ResponderExcluirOutra coisa esse time era dirigido pelo grande flamenguista Pedro Paradela.
ExcluirEu joguei pelo Brasilerinho, era goleiro
ResponderExcluirEu joguei pelo Brasilerinho, era goleiro
ResponderExcluirEu joguei no brasileirinho, Conde de Nassau, saturno meio campo eita tempo bom
ResponderExcluirEu joguei juvenil do Capri , juvenil luvic e juvenil do Master f.c 47 partidas invicta no aterro
ResponderExcluirEU JOGAVA NO ARREPIA,CATEGORIA JUVENIL.
ResponderExcluirSAUDADES
Joguei como goleiro do Sociedade Esportiva Rondom
ResponderExcluirBoa tarde , eu joguei no Oliveira atlhetico clube, não lembro o ano
ResponderExcluirEu, Valmir Barbosa, jogava no INFERNINHO. Foi o time que tirou a invencibilidade do NAVAL (5x2), campeão daquele ano.
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