terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nelson Rodrigues: Jornalismo e Linguagem

Por: Aruan Garvizu, Helena Andrade, Julia Lagame e Nina Marques.

Nelson Rodrigues foi um dos grandes nomes da crônica futebolística brasileira. Suas crônicas ajudam a construir e perpetuar uma realidade, de acordo com os métodos literários como a fantasia. Nelson Rodrigues desejava que fugíssemos do padrão europeu do futebol e criássemos a nossa brasilidade. Para ele, isso se traduziria em “toda a magia, toda a beleza, toda a plasticidade, toda a imaginação” do futebol de nosso país, segundo citação do próprio. Quem quisesse, segundo Rodrigues, aproximar-se do futebol como jogador na Europa, faria a apologia do futebol feio: “era como se estivessem apresentando o Corcunda de Notre Dame como um padrão de graça e eugenia”.

Antes da Copa de 1958, Nelson comentou sobre a “inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do mundo. Isso em todos os setores e, sobretudo, no futebol”. Porém, após a primeira conquista mundial da seleção brasileira, não havia mais um porquê de o povo se sentir assim, como um vira-lata; pelo menos, no futebol. E era esse setor da sociedade que daria esperança às massas.


E, hoje, se negamos o escrete de 58, não tenhamos dúvidas: - é ainda a frustração de 50 que funciona. Gostaríamos talvez de acreditar na seleção. Mas o que nos trava é o seguinte: - o pânico de uma nova e irremediável desilusão. E guardamos, para nós mesmos, qualquer esperança. Só imagino uma coisa: - se o Brasil vence na Suécia, e volta campeão do mundo! Ah, a fé que escondemos, a fé que negamos, rebentaria todas as comportas e 60 milhões de brasileiros iam acabar no hospício. (Trecho do Complexo de vira-latas, por Nelson Rodrigues).

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