Por Thiago Trindade e Juliana Castro
Formado pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso) em 1996, o jornalista Flávio Almeida começou a carreira no mesmo ano, no O Fluminense, de Niterói, e em julho de 2000 chegou ao Jornal dos Sports para assumir o cargo de editor. A ligação com o periódico cor-de-rosa já começava pela data de aniversário de ambos (13 de março) e se intensificou durante os oito anos em que trabalhou por lá. Hoje no jornal O Dia, ele ‘devorou’ os arquivos e tornou-se um ‘baú vivo’ do JS, sendo capaz de responder a qualquer pergunta relacionada ao veículo.
“Tomei conhecimento da história do JS durante o período que trabalhei lá. Acho importante sabermos a história da empresa na qual trabalhamos. Hoje me interesso em saber a história de O Dia, que tem uma trajetória interessantíssima no jornalismo brasileiro”, comenta Flávio, que está no O Dia desde agosto de 2008 e passou pela editoria de Cidade e Polícia antes de trabalhar com esportes.
Uma conversa com Flávio até dispensa uma consulta ao arquivo do JS. Ao comentar a cobertura do jornal em Copas do Mundo, ele destaca as de 34 (a primeira do periódico) e 38, quando uma multidão se amontoava para escutar a transmissão dos jogos do Brasil através das caixas de som que eram colocadas na porta da redação. Porém, a melhor cobertura do Jornal dos Sports em Mundiais, segundo o jornalista, foi a de 2002, em que o Brasil sagrou-se pentacampeão.
“Era um tempo de vacas gordas. Tínhamos três correspondentes na Coreia do Sul e no Japão e fizemos uma cobertura muito boa. Trabalhar em um horário diferente, por causa do fuso horário, também foi uma experiência muito interessante. Sem dúvidas, foram os momentos mais marcantes nos oito anos que fiquei no jornal. Na última Copa, em 2006, já sofríamos com a falta de estrutura e salários atrasados. Foi uma cobertura baseada em internet”, diz, lembrando o contraste entre as coberturas do veículo em Copas do Mundo e Jogos Olímpicos. “Mesmo nos áureos tempos, o JS nunca se preocupou muito com as Olimpíadas. O torcedor carioca prefere saber quanto foi America e São Cristóvão a quem ganhou medalha de ouro no arco e flecha. Isso não vende muito jornal aqui no Rio de Janeiro”, afirma.
Infelizmente, a longa passagem de Flávio Almeida pelo Jornal dos Sports não foi recheada somente de alegrias. Quando entrou, o veículo era referência no jornalismo esportivo, com boa estrutura, salários em dia e “um time de profissionais de primeira”. Entretanto, nos últimos anos, tudo se inverteu e o jornalista chegou a ser uma das vítimas de um assalto à redação, em dezembro de 2007, quando era o editor-chefe. Tal declínio, para Flávio, é creditado à incompetência de alguns administradores que passaram pelo veículo.
“Alguns comandantes do jornal não tinham o menor conhecimento sobre o funcionamento de uma redação. Tratavam aquilo como se fosse uma quitanda, chegando ao desrespeito com os profissionais. Enquanto fui editor-chefe, mantive o profissionalismo, qualidade ausente nas pessoas que comandavam a empresa. Eu acabei saindo por que houve uma mudança no comando e, com isso, os profissionais com mais tempo de casa foram dispensados.”
Apesar do enorme carinho que ficou, Flávio diz que não voltaria a trabalhar no Jornal dos Sports, pois não acredita em uma ressurreição do veículo. Ele lamenta o fato não só pelo lado pessoal, mas também por toda a imprensa carioca.
“Aprendi muito no tempo que trabalhei no JS. Pena hoje o jornal não ser mais uma referência profissional. E nem para os leitores. Mas o que me marcou mesmo foram os profissionais com quem trabalhei. Seria indelicadeza minha citar apenas um nome. Hoje, todos eles estão em grandes empresas. Espero que um dia isso volte a acontecer, pelo bem da profissão. Recentemente, o Rio já perdeu um jornal com o fechamento da Tribuna da Imprensa. Não seria bom para nós, jornalistas, vermos outro jornal fechar as portas”, declara.
Formado pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso) em 1996, o jornalista Flávio Almeida começou a carreira no mesmo ano, no O Fluminense, de Niterói, e em julho de 2000 chegou ao Jornal dos Sports para assumir o cargo de editor. A ligação com o periódico cor-de-rosa já começava pela data de aniversário de ambos (13 de março) e se intensificou durante os oito anos em que trabalhou por lá. Hoje no jornal O Dia, ele ‘devorou’ os arquivos e tornou-se um ‘baú vivo’ do JS, sendo capaz de responder a qualquer pergunta relacionada ao veículo.
“Tomei conhecimento da história do JS durante o período que trabalhei lá. Acho importante sabermos a história da empresa na qual trabalhamos. Hoje me interesso em saber a história de O Dia, que tem uma trajetória interessantíssima no jornalismo brasileiro”, comenta Flávio, que está no O Dia desde agosto de 2008 e passou pela editoria de Cidade e Polícia antes de trabalhar com esportes.
Uma conversa com Flávio até dispensa uma consulta ao arquivo do JS. Ao comentar a cobertura do jornal em Copas do Mundo, ele destaca as de 34 (a primeira do periódico) e 38, quando uma multidão se amontoava para escutar a transmissão dos jogos do Brasil através das caixas de som que eram colocadas na porta da redação. Porém, a melhor cobertura do Jornal dos Sports em Mundiais, segundo o jornalista, foi a de 2002, em que o Brasil sagrou-se pentacampeão.
“Era um tempo de vacas gordas. Tínhamos três correspondentes na Coreia do Sul e no Japão e fizemos uma cobertura muito boa. Trabalhar em um horário diferente, por causa do fuso horário, também foi uma experiência muito interessante. Sem dúvidas, foram os momentos mais marcantes nos oito anos que fiquei no jornal. Na última Copa, em 2006, já sofríamos com a falta de estrutura e salários atrasados. Foi uma cobertura baseada em internet”, diz, lembrando o contraste entre as coberturas do veículo em Copas do Mundo e Jogos Olímpicos. “Mesmo nos áureos tempos, o JS nunca se preocupou muito com as Olimpíadas. O torcedor carioca prefere saber quanto foi America e São Cristóvão a quem ganhou medalha de ouro no arco e flecha. Isso não vende muito jornal aqui no Rio de Janeiro”, afirma.
Infelizmente, a longa passagem de Flávio Almeida pelo Jornal dos Sports não foi recheada somente de alegrias. Quando entrou, o veículo era referência no jornalismo esportivo, com boa estrutura, salários em dia e “um time de profissionais de primeira”. Entretanto, nos últimos anos, tudo se inverteu e o jornalista chegou a ser uma das vítimas de um assalto à redação, em dezembro de 2007, quando era o editor-chefe. Tal declínio, para Flávio, é creditado à incompetência de alguns administradores que passaram pelo veículo.
“Alguns comandantes do jornal não tinham o menor conhecimento sobre o funcionamento de uma redação. Tratavam aquilo como se fosse uma quitanda, chegando ao desrespeito com os profissionais. Enquanto fui editor-chefe, mantive o profissionalismo, qualidade ausente nas pessoas que comandavam a empresa. Eu acabei saindo por que houve uma mudança no comando e, com isso, os profissionais com mais tempo de casa foram dispensados.”
Apesar do enorme carinho que ficou, Flávio diz que não voltaria a trabalhar no Jornal dos Sports, pois não acredita em uma ressurreição do veículo. Ele lamenta o fato não só pelo lado pessoal, mas também por toda a imprensa carioca.
“Aprendi muito no tempo que trabalhei no JS. Pena hoje o jornal não ser mais uma referência profissional. E nem para os leitores. Mas o que me marcou mesmo foram os profissionais com quem trabalhei. Seria indelicadeza minha citar apenas um nome. Hoje, todos eles estão em grandes empresas. Espero que um dia isso volte a acontecer, pelo bem da profissão. Recentemente, o Rio já perdeu um jornal com o fechamento da Tribuna da Imprensa. Não seria bom para nós, jornalistas, vermos outro jornal fechar as portas”, declara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário